Campanha Pela Responsabilidade Ecológica

A Espiritualidade Druídica não está apenas concentrada em melhorar a nossa própria vida – o Druidismo preocupa-se apaixonadamente com o estado do planeta.

Imagine como seria o mundo se cada um de nós, individualmente, fosse ecologicamente responsável – se cada um de nós assegurasse a minimização do seu impacto negativo no ambiente: se não poluíssemos os rios com os detergentes que usamos, não provocássemos o corte de árvores para fabricar papel higiénico ou papel para escrever, não prejudicássemos a camada de ozono ao usarmos determinados tipos de aerossóis ou se não prejudicássemos o ar que respiramos ao utilizarmos tanta gasolina.

Se toda a gente fosse ecologicamente responsável, este seria um mundo muito diferente daquele que vemos hoje à nossa volta – no qual o nosso ambiente se encontra sujeito à degradação contínua devido à nossa recusa individual e colectiva em sermos responsáveis.

Mas é difícil para nós tomarmos responsabilidade quando os problemas que o planeta enfrenta parecem avassaladores – temos tendência a sentir-nos impotentes e insignificantes. Mas se partes suficientes de um todo tomarem responsabilidade, o todo muda – como agora sabemos de uma forma científica graças ao fenómeno do “centésimo macaco” (que representa o ponto de massa crítica), no qual foi demonstrado que as mudanças de consciência num pequeno número de pessoas pode afectar a consciência de grupos inteiros. Por esta razão a Campanha trabalha para mudar a consciência.

Além deste fenómeno, cada vez mais pessoas se apercebem que podem ter influência sobre a indústria e os governos ao escolherem aquilo que compram e por se unirem a outros que pensam da mesma forma. O exemplo mais claro disto é a forma como os consumidores e grupos de pressão europeus tiveram êxito em abrandar drasticamente, limitando a introdução de alimentos geneticamente alterados. Isto prova que nós, como consumidores, temos de facto poder e devemos exercê-lo conscientemente, com um sentido de responsabilidade que diz: “Eu estou determinado em prejudicar o mínimo possível o ambiente.”

Tendo decidido tomar responsabilidade, o próximo passo é descobrir qual a melhor maneira de o fazermos de uma forma palpável e prática. Desde que a Campanha foi lançada em Fevereiro de 1988 houve uma explosão no interesse pela responsabilidade ecológica.

Eis algumas ideias acerca de como poderá fazer a diferença:

 

1 – Tente eliminar ou reduzir o consumo de carne: a forma de produção alimentar que gera mais desperdício e poluição.

2 – Não desperdice energia: reduza o nível do aquecedor; faça um isolamento térmico na sua casa; use mais roupa

3 – Conduza o mínimo possível: use a bicicleta ou caminhe onde for possível

4 – Recuse os embrulhos ou sacos em excesso: ou devolva-os às lojas

5 – Recicle aquilo que puder: plástico, metal, vidro e papel

6 – Faça compostagem do lixo orgânico: faça um monte de composto ou adquira um caixote

7 – Reduza o consumo: precisa mesmo de tanta COISA?

8 – Reduza as viagens de avião: faça férias na sua região ou país (experimenta acampar, é extremamente divertido e amigo do ambiente)

9 – Instale lâmpadas economizadoras de energia

10 – Plante árvores: no seu jardim ou noutro lugar que possa encontrar

11 – Junte-se a um grupo de conservação da natureza e da vida selvagem e torne-se activo

12 – Use menos água: tome banho com um amigo; puxe o autoclismo apenas quando for realmente necessário; não lave os dentes com a torneira aberta

13 – Instale painéis solares ou uma turbina eólica

14 – Faça queixa quando assistir a comportamentos que produzam muito desperdício: em contextos empresariais ou privados

15 – Escreva ao seu Município acerca de más políticas governamentais: tal como a expansão de aeroportos e construção de estradas

 

Os seguintes livros incluem informação detalhada acerca das mudanças que podemos fazer na nossa forma de vida:

O Livro Verde
O guia do dia-a-dia para salvar o planeta
de Thomas M. Kostigen e Elizabeth Rogers, Estrela Polar, 2008

«Pequenas opções podem, realmente, ter um grande impacto na saúde do nosso planeta. O livro divide o nosso habitat em 12 áreas – casa, trabalho, escola, etc., – e sugere opções mais ‘verdes’ em cada uma. Não peça recibos nas Caixas de Multibanco – Os rolos de papel poupado seriam suficientes para dar quinze voltas ao Equador. Feche a torneira enquanto lava os dentes – Poupará muitos litros de água por semana. Desligue a sua televisão no botão do Off – Entre 10 e 15 por cento da energia de uma televisão continua a ser usada quando está em stand-by. Use sabonete em vez de gel de banho – Milhares de recipientes de plástico podem ser desviados do fluxo de resíduos. Pequenas alterações na forma como consumimos e descartamos os nossos recursos podem ter resultados significativos.»

Thomas M. Kostigen e Elizabeth Rogers

 

A Identidade Ecológica
de Mitchell Thomashow, Instituto Piaget, 1998

«Esta obra é útil para o principiante no ambientalismo, que se interessa pelas questões levantadas por si e gostava de as abordar com mais cuidado. Deste modo, esta minha obra serve de introdução ao ambientalismo contemporâneo, através da lente da identidade ecológica. Finalmente, apresenta um desafio para o ambientalista académico, introduzindo o trabalho de identidade ecológico como uma base educacional no ensino dos estudos ambientais.»

Mitchell Thomashow

Ambiente, Ciência e Cidadãos
Vários autores, Esfera do Caos, 2010

«Estaremos nós conscientes do papel do ambiente no contexto da cidadania? Será relevante o destaque dado pelos meios de comunicação social às questões ambientais? Estará a ciência atenta à cobertura mediática das temáticas ambientais? Estarão o direito e as instituições a adaptar-se, atempadamente, ao evoluir dos novos desafios colocados pelo ambiente?

Focado na realidade portuguesa, este livro organiza-se em cinco partes: A necessidade de os media contribuírem para a formação de cidadãos esclarecidos em ambiente, no contexto da ciência e da tecnologia; O percurso legal e institucional do ambiente; O ambiente como ciência nas páginas dos jornais; O lugar do ambiente nos estudos sobre a ciência e a tecnologia na imprensa; A evolução do ambiente na esfera pública.»

O Pequeno Livro Verde da Casa
250 Truques para um estilo de vida ecológico
Sarah Callard, Everest Editora, 2009

«Centrado nos temas domésticos, desde um melhor isolamento a uma decoração com objectos reciclados, O livro verde da casa oferece-lhe 250 conselhos para criar um espaço vital em harmonia com o meio ambiente, sem sacrificar o seu estilo de vida. Vai encontrar informação sobre como organizar o seu próprio sistema de reciclagem, reduzir a poluição interior e eliminar materiais nocivos do seu lar, para além de ideias sobre iluminação, electrodomésticos, tratamento dos resíduos e bricolage. Estes truques simples e, ao mesmo tempo, eficazes permitir-lhe-ão contribuir, a nível particular, para reduzir o impacto no meio ambiente a grande escala.»

Se ainda não o tiver feito, ponha agora em prática este aspecto da espiritualidade druídica, tornando-se ambientalmente responsável como um indivíduo: recicle tanto quanto puder (vidro, latas, jornais e por vezes plásticos, todos podem ser facilmente recicláveis em centros locais de reciclagem). Tente também mudar os produtos de limpeza da casa e o tipo de papel para outros mais amigos do ambiente.

Se quiser envolver-se activamente no trabalho ambiental, junte-se a um grupo de conservação local. É também uma óptima forma de fazer amigos!

 

Em Portugal contacte:

Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

Fapas – Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens

Liga para a Protecção da Natureza

Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente

Campo Aberto

Associação Portuguesa de Educação Ambiental

GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental

Ligações internacionais:

Greenpeace: Portugal – Brasil

WWF: Portugal – Brasil

Amigos da Terra (Friends of the Earth): Brasil – Internacional

Reciclar e comprar produtos amigos do ambiente é um começo – mas apenas isso. É necessário proteger o nosso ambiente, consumindo menos e guiando menos. A nossa sociedade baseia-se num consumo massivo e desmesurado, e é este consumo desmesurado que movimenta a “maquinaria” (carros e fábricas) que está a devastar a Terra. Ao seguirmos o Druidismo, ao concentrarmos as nossas vidas numa abertura de nós mesmos ao poder e à beleza da Natureza e do Espírito, em vez de consumirmos mais produtos, não só reduzimos alguns dos danos que estão a ser feitos à Terra, como também libertamos imenso tempo, energia e dinheiro.

Consumir menos parece algo fácil de compreender, mas necessita de uma mudança radical de consciência.

Mudar a nossa consciência, de forma a que não necessitemos de consumir “produtos” para nos sentirmos felizes, irá deixar-nos satisfeitos e em paz connosco próprios e com o mundo, sem necessitarmos de “ter” algo  eis uma base fundamental da aplicação prática da filosofia druídica no mundo.

Campanha pela Responsabilidade Ecológica da Ordem concentra-se ao nível da mudança de consciência – a partir de onde fluem aplicações práticas. A Campanha tem como objectivo alterar a ideia de que somos impotentes e encorajar a tomada de responsabilidade individual. Quando agimos com responsabilidade pessoal, podemos virar-nos para o mundo da indústria e do comércio – trabalhando para promover a ideia da Responsabilidade Ecológica Empresarial – e para os governos e nações – promovendo a ideia da Responsabilidade Ecológica Global.

«Numa encantadora harmonia o bosque cobriu-se com o seu verde manto
e o Verão encontra-se no seu trono, tocando a sua doce música;
o salgueiro, cuja harpa permaneceu silenciosa quando se encolheu no Inverno,
irradia agora a sua melodia – Chiu! Escutem! O mundo está vivo.
»
Thomas Evans