Perguntas Frequentes

FAQ

Aqui estão algumas das perguntas mais frequentes sobre a Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas.

Consideramos que os objectivos do Druidismo e da Ordem são ajudar-nos a viver e a exprimir o Amor, a Sabedoria e a Criatividade. Criatividade – despertando-nos para o nosso pleno potencial: para trazer beleza ao mundo, para descobrir as histórias que existem no mais profundo de nós mesmos, as histórias que se encontram em cada pessoa e no mundo da Natureza. Sabedoria – nos antigos mitos e lendas, nas tríades galesas e irlandesas, assim como nos séculos de conhecimento que se encontram na tradição druídica. Amor – no amor às árvores e às pedras, no amor aos animais e ao corpo, no amor aos contos e aos mitos, no amor à beleza e à paz, no amor aos outros e à vida.

Muitas pessoas acreditam que os ensinamentos dos Druidas se perderam com o surgimento do Cristianismo e que não podemos estar realmente a ensinar a autêntica sabedoria Druídica. Contudo, acreditamos que estamos. Os ensinamentos apresentados no curso compõem-se de cinco correntes:

A primeira, e mais importante, vem – surpreendentemente para muitos – de muito atrás no tempo e quase certamente dos ensinamentos dos Druidas que antecederam a chegada do Cristianismo. Acreditamos que estes ensinamentos foram confiados às gerações futuras ao serem codificados em algumas histórias antigas. Encontramos gravados, dentro destes contos, programas inteiros de aprendizagem druídica que formam a parte central dos ensinamentos que fornecemos na aprendizagem da Ordem. Para além deste material, inspiramo-nos na sabedoria das tríades druídicas, que foram registadas pelos clérigos cristãos mas que reflectem muita da sabedoria dos seus antepassados pré-cristãos.

A segunda corrente tem a sua origem no período muito mais tardio do Revivalismo Druídico, que começou há mais de trezentos anos atrás, no final do séc. XVII. A nossa Ordem traça a sua linhagem até este período e herdámos desta fonte de sabedoria determinados ensinamentos e formas rituais. Destes, abandonámos alguns que julgámos deslocados da era actual, mas conservámos outros, não apenas pela sua beleza e relevância, mas também porque poderão derivar de fontes mais antigas ou aí encontrar a sua inspiração.

A terceira corrente vem de um período mais recente, há cerca de cinquenta anos atrás, quando o anterior Chefe da Ordem, Philip Ross Nichols, juntamente com um grupo de companheiros druidas, membros da Antiga Ordem Druídica (Ancient Druid Order), formou a Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas, continuando a honrar a sua ligação – através da Antiga Ordem Druídica – ao período do Revivalismo Druídico, mas tomando a decisão de incorporar um maior estudo das fontes literárias célticas e de incluir a celebração das quatro festividades de fogo celtas.

Ross Nichols era amigo de Gerald Gardner, o fundador do movimento Wiccan actual, e os sinais da fertilização intelectual mútua que ocorreu entre eles pode agora ser vista tanto nos ensinamentos wiccan como nos druídicos. Nichols editou o primeiro livro de Gardner sobre Wicca e contribuiu com material para o seu segundo livro.

A quarta corrente vem da contribuição do actual Chefe da Ordem, Philip Carr-Gomm, para os ensinamentos. Tendo aprendido com Ross Nichols e feito a sua formação em Psicologia e Psicoterapia (em particular terapia analítica Jungiana e Psicossíntese), foi pedido a Philip que liderasse a Ordem em 1988.

A quinta corrente vem das contribuições de muitos académicos e especialistas contemporâneos em Druidismo e espiritualidade celta que – ao longo das duas últimas décadas ou mais – ofereceram os seus conhecimentos e a sua escrita ao mundo e, em alguns casos, especificamente à Ordem, ajudando a estabelecer um conjunto de ensinamentos que são verdadeiramente úteis e relevantes para os estudantes de Druidismo no mundo actual. São disso exemplo, entre outros: Professor Ronald Hutton, Professor Roland Rotherham, Dr Graham Harvey, John e Caitlin Matthews, Mara Freeman, Vera Chapman, Gordon Cooper, Erynn Laurie, Cairistiona Worthington, John Michael Greer, Philip Shallcrass, Emma Restall-Orr, Nicholas Mann, Maya Magee Sutton, Frank McEowen, Tom Cowan, John O’Donohue, Robin Williamson e John Michell.

Estas cinco correntes contribuíram para o estabelecimento de um conjunto de ensinamentos que, ao longo dos anos, se verificou ser útil e inspirador para muitas pessoas.

Mais de 25.000 pessoas aderiram ao curso de ensino à distância desde que este começou em 1988. Vêm de todas as camadas sociais e de muitos países diferentes, incluindo a Grã-Bretanha, Irlanda, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Portugal, Itália, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Japão, Indonésia, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Zimbabwe, Hungria, Roménia, Bulgária, Brasil, Polónia e República Checa.

De todos os géneros! Cerca de metade são mulheres e a outra homens. Há adolescentes assim como reformados que se inscreveram no curso. Porque é empírico, pode ser feito tanto por quem tenha estudado apenas até aos 16 anos como por quem tenha um doutoramento. Existem artesãos, operários, artistas, doutores, advogados, professores, sacerdotes, Pagãos, Wiccans, Cristãos e Budistas que usufruem do programa de ensino.

Um Grupo-Semente pode ser formado por qualquer membro em qualquer altura dos seus estudos. Cada grupo é diferente, mas todos estão direccionados para serem informais e descontraídos – dando aos membros a oportunidade de se encontrarem, meditarem em conjunto e de discutirem o curso, os seus estudos e tópicos de interesse mútuo. Muitos grupos celebram juntos as festividades sazonais e para frequentar um Grupo-Semente não tem necessariamente de ser um membro da Ordem.
Um Bosque é um grupo que se encontra regularmente e que é liderado pelos membros que estejam no Grau de Druida. Um Bosque que funcione em pleno irá celebrar as oito festividades, transmitir iniciações e também realizar encontros de Bosque em cada um dos três graus.

Não – todos os membros são encorajados a acreditar e a praticar somente as coisas que sentem ser verdadeiras e certas para eles próprios. Não existem dogmas no Druidismo. Por esta razão, os membros são pessoas com abordagens extremamente variadas – desde Pagãos e Wiccans a Cristãos e Budistas, assim como aqueles que não têm uma “filosofia” ou “religião” em particular.

Contudo, existem algumas crenças que são provavelmente partilhadas pela maioria dos membros:

No Espírito, Deus ou Deusa – em algo mais do que apenas a matéria
No Outro Mundo – em algo mais do que apenas o mundo das aparências
No Renascimento – nalguma forma de vida depois da morte
Na Teia da Vida – na interligação de toda a vida
Na Lei da Colheita – na lei da causa e efeito, que colhemos aquilo que semeamos.

O Druidismo caracteriza-se pelas qualidades da tolerância e da valorização da diversidade.

O mundo mudou muito nos últimos milhares de anos. Antigamente eram necessários dezanove anos para se tornar um Druida, mas esta aprendizagem incluía muitos das disciplinas que hoje aprendemos na escola. E dezanove anos é também uma duração temporal simbólica: representa um ciclo de Meton: um cálculo de tempo entre dois eclipses praticamente idênticos e um cálculo que também unia os calendários solar e lunar. Portanto, os dezanove anos simbolizam o tempo que alguém poderia demorar a unir o sol e a lua, o Masculino e o Feminino, no interior de si próprio.

Hoje continua a ser necessário um tempo considerável para alcançar esta união nas profundezas da nossa alma e o estudo do Druidismo representa a busca de uma vida inteira para muitos. Mas já não precisamos de estudar durante dezanove anos para nos considerarmos a nós próprios como Druidas. De facto, o termo Druida chegou agora ao ponto de significar, para muitos, o tipo de espiritualidade seguida. E, quanto à aprendizagem, verificámos que a maior parte dos membros que faz o curso alcança o grau de Druida em cerca de três anos, embora seja possível atingi-lo em pouco mais de dois anos.

Muitos membros são Wiccans e encontram no Druidismo um complemento poderoso e valioso para o seu caminho.

Um dos atributos incomuns do Druidismo é que tem ligações tanto com o Paganismo como com o Cristianismo. Uma das mais importantes tarefas com que nos deparamos na actualidade é a da reconciliação – seja ela entre diferentes posições políticas ou religiosas. Em vez de polarizarmos os pontos de vista pagãos e cristãos, o Druidismo desempenha um papel vital na construção de pontes entre as diferentes tradições, pelo que temos membros de várias fés, incluindo a cristã.

De modo algum. Os membros dividem-se quase igualmente entre homens e mulheres, e estão igualmente envolvidos na administração e na direcção da Ordem.

O Druidismo foi influenciado pela Maçonaria nos séculos XVIII e XIX – um período que não se destaca por uma crença na igualdade dos sexos – e, consequentemente, naquele tempo o Druidismo tendia a ser dominado pelo sexo masculino. Mas isto já não se aplica ao Druidismo actual tal como é ensinado pela Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas. Nos tempos antigos os Druidas eram homens e mulheres, e na Ordem usamos unicamente o termo Druida tal como tem sido tradicionalmente usado para nos referirmos a alguém, independemente do seu género. De acordo com o Dicionário Inglês da Oxford, a palavra Druidess (“Druidesa”) é uma invenção do séc. XVIII.

Muito, de facto – e isto é abordado no curso de Bardo. Os membros são livres de conceber a Divindade à sua própria maneira.

Qualquer pessoa pode seguir o caminho druídico, independentemente das suas origens étnicas, do seu género ou orientação sexual. Mais de 200 milhões de pessoas na Europa, América e Australásia têm uma ancestralidade que remonta às terras Celtas. Mas, na verdade, as tribos apelidadas de Celtas pelos Gregos e Romanos eram tão variadas e misturavam-se com tanta frequência, que a Drª Anne Ross, celtóloga, diz com razão que os Celtas são os antepassados da maior parte dos Europeus modernos, logo, da maior parte das pessoas de origem Europeia. Para além disso, muitas pessoas de origem afro-caribenha têm também antepassados Celtas, uma vez que Oliver Cromwell enviou muitos “escravos” irlandeses (criados contratados) para as Caraíbas, que se casaram com descendentes de escravos de origem africana. Para além disso, se acreditar na reencarnação (tal como os antigos Druidas acreditavam), então a nossa ancestralidade genética é apenas um fio da nossa herança. Quaisquer que sejam as nossas origens étnicas nesta vida, teremos tido outras origens étnicas noutras vidas. E, em última análise, todos somos membros de uma única raça: a humanidade. O Druidismo celebra a nossa humanidade e não se restringe apenas a um único grupo étnico.

Michael Harner, uma autoridade mundial no xamanismo, define o caminho xamânico como um método de abrir a porta e entrar numa realidade diferente. Muitas cerimónias e meditações druídicas têm como objectivo viajar para outras realidades, para além de que o termo Druida está relacionado com palavras que significam tanto carvalho como porta – sendo que o símbolo da porta ou portal é fundamental nos ensinamentos druídicos.

Podemos encontrar muitos elementos xamânicos entrelaçados na filosofia e na prática do Druidismo e, resumidamente, podemos dizer que alguns elementos do Druidismo são certamente xamânicos, mas o Druidismo não é exclusivamente isso – possui também dimensões alquímicas, mágicas e filosóficas.

A maior parte dos nossos problemas, tanto individuais como sociais, parece advir da nossa sensação de alienação e de “desligamento”: da Natureza, do nosso coração, de nós próprios, dos outros e do Espírito. Entrar na Ordem ajuda-nos a reconstruir ou a relembrar essas ligações. Ao celebrarmos as festividades sazonais e ao trabalharmos com as plantas e os animais sagrados da tradição druídica aproximamo-nos fisicamente do mundo natural. Ao trabalharmos com os exercícios práticos no curso, nos retiros, nos workshops e nos acampamentos, abrimo-nos ao nosso coração e aos corações dos outros. E enquanto nos ligamos e entrosamos por todo o mundo com outras pessoas que pensam e sentem como nós, através dos fóruns na internet e do Ophiusa, acabamos por vivenciar uma sensação real de comunidade, que nos toca de uma forma ainda mais profunda quando nos conhecemos pessoalmente no mundo físico.

Os membros que desejarem contribuir para o trabalho e os objectivos da Ordem são muito bem-vindos. Por exemplo: há músicos na Ordem que criaram álbuns com compilações dos seus trabalhos e poetas na Ordem que também o fizeram. Há membros que ajudam a organizar revistas na Grã-Bretanha, Austrália, Holanda, França e Portugal, acampamentos, assembleias e workshops, o sistema de tutores, os fóruns na internet e o site.

Existem membros que contribuem para os Arquivos da Ordem e para o programa de ensino. Se tiver alguma ideia ou sugestão diga-nos!